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ESTUDO-19
O MOVIMENTO DE BATALHA ESPIRITUAL: UMA ANÁLISE Á LUZ DAS ESCRITURAS
O
MÉTODO BÍBLICO DE BATALHA ESPIRITUAL
Como se deve guerrear contra o inimigo?
Quais são as armas disponíveis?
As Escrituras nos dão o método de combate que deve ser seguido se
quisermos ter, realmente, vitória contra as força demoníacas.
A seguir veremos as armas de ataque que estão
à nossa disposição.
I — AS ARMAS DE
ATAQUE
1 — A Pregação
do Evangelho
Eis uma arma eficaz contra o inimigo: a
pregação da verdade!
“Porque todo aquele que invocar o nome do
Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como
crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? E
como pregarão, se não forem enviados? como está escrito: Quão formosos os pés
dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas
coisas. Mas nem todos têm obedecido ao evangelho; pois Isaías diz: SENHOR, quem
creu na nossa pregação? De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra
de Deus.” (Romanos 10:13-17)
Diante desta maravilhosa declaração do
apóstolo Paulo, pode-se chegar à conclusão que a pregação do Evangelho é
poderosa, por si só, para salvar o perdido. A fé vem pela pregação da Palavra
de Deus e não através de “orações de guerra”.
Champlin
comenta sobre este texto da seguinte forma:
“O propósito da pregação cristã é o de
despertar a fé nos homens, dirigindo-lhes a alma para o seu destino apropriado.
Paulo reitera aqui a mensagem constante nos versículos catorze e quinze,
mostrando que a pregação com que os missionários da cruz obtinham convertidos,
e que precisava ser ouvida para que pudesse haver fé, é a mensagem de Cristo.”
(R.
N. Champlin — O
NOVO TESTAMENTO INTREPRETADO, VERSÍCULO POR VERSÍCULO, pág. 780)
Está
escrito:
“E conhecereis a verdade, e a verdade vos
libertará.” (João 8:32)
É a verdade de Deus, Cristo, que liberta!
Não é ordenando a demônios que liberem as
pessoas: este poder quem tem é o evangelho e é exatamente por isso que devemos
comunicá-lo!
Jesus não comissionou seus discípulos a
“amarrar” demônios nas regiões celestiais, mas comissionou-os a pregar o Evangelho:
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai
o evangelho a toda criatura.” (Marcos 16:15)
“Portanto ide, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” (Mateus
28:19)
O apóstolo Paulo, quando se converteu, foi
logo pregar o evangelho na sinagoga (Atos 9:20); em suas viagens missionárias
pregava o evangelho (Romanos 15:18-20); exortou ao seu filho na fé, Timóteo,
que pregasse a Palavra (2 Timóteo 4:2); e, no final de sua carreira, quando estava
preso, ainda pregava o evangelho (Atos 28:31).
Jesus Cristo e o apóstolo Paulo enfatizaram a
pregação do evangelho como arma para converter os incrédulos.
Se “amarrar” e “destituir” principados e
potestades antes de anunciar a Cristo fosse tão importante, porque Jesus e
Paulo não nos chama atenção para um fator tão importante?
Sobre isto Ricardo Gondim comenta:
“O triunfo dos cristãos na batalha
espiritual acontece muito mais como o resultado da proclamação da verdade que
confrontos de poderes. O poder por si só não pode libertar os cativos. A
verdade liberta.”
(Ricardo
Gondim — OS SANTOS EM GUERRA, pág. 174)
O evangelho de Cristo é, em si mesmo,
poderoso para a salvação daqueles que creem.
É claro que pode-se variar nos métodos de
comunicação deste; no entanto, não se pode fiar nestes métodos para a salvação
do perdido.
2
— Intercessão
A palavra “intercessão” vem do latim —
“intercedere” — e significa “ficar entre”.
No caso da oração é aplicada ao ato da
petição, súplica a Deus por algo ou alguém.
Paulo,
em sua carta a Timóteo, reconhece o valor da súplica em parceria da pregação do
evangelho para a salvação:
“Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se
façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os
homens; Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos
uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade; Porque isto é bom
e agradável diante de Deus nosso Salvador, Que quer que todos os homens se
salvem, e venham ao conhecimento da verdade. (1 Timóteo 2:1-4)
É
necessário observar-se que a forma de oração que Paulo exorta para que se faça
é: súplica, intercessão e ação de graça.
Quando se olha para a oração que Paulo
exorta a ser feita, pode-se denominá-la de “oração evangelística”: esta é a
oração — constituída por súplicas, intercessões e ações de graça — feita por
todos homens, com o propósito de viver-se tranquilamente e salvar aqueles que
estão perdidos.
A intercessão é uma arma para lutar contra o
diabo pelas vidas que estão perdidas.
O apóstolo Paulo ainda fala sobre o valor da
oração:
“E por mim; para que me seja dada, no abrir
da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do
evangelho.” (Efésios 6:19)
Percebemos que, quando se observa os modelos
de oração nas Escrituras, palavras do tipo “suplicar”, “rogar”, “segundo a tua
vontade”… são comuns e significativamente repetitivas.
Elas têm grande significado para o cristão:
nelas encontra-se intrínseca a confiança em Deus para todas as ocasiões da
vida, inclusive para o dever de evangelização.
O evangelismo deve ser recheado pela oração,
assim como fez Jesus (Marcos 1:35) e os apóstolos (Atos 4:31); mas esta oração,
para ser eficaz, deve ser feita a Deus, o Pai da luzes, e não ao diabo!
II — AS ARMAS DE DEFESA
Quando o cristão vale-se das armas de
ataque, bíblicas, para saquear o território do inimigo, é lógico que este irá
reagir.
E quando isto acontecer… o que fazer?
Ao
descrever a armas espirituais do crente, Paulo diz o propósito:
“… para que possais resistir no dia mau.”
(Efésios 6:13b)
Este
vocábulo, “resistir”, é um verbo — do grego,
αντιστηναι — que exprime a ideia de opor-se,
defender-se, fazer face a, colocar-se contra, permanecer firme.
A ideia que expressa por este vocábulo é a de
não retroceder diante dos ataques do inimigo, para não lhe conceder nenhuma
vantagem ou vitória.
Ele aparece, também, em passagens como Tiago
4:7 e 1 Pedro 5:9.
A pergunta é: como resistir, opor-se, fazer
face ao diabo?
Em Efésios 6:14-17, Paulo passa a dizer que
o crente deve resistir ao diabo revestindo-se da armadura de Deus.
1 — A Armadura
de Deus
Quando
Paulo cita a armadura, ele tinha em mente o soldado romano, preparado para a
guerra: ele usa esta figura para exemplificar a luta do crente e como este pode
vencer.
A metáfora denota o revestimento do Senhor
Jesus que o crente deve ter: todas as partes da armadura são pertencentes ao
caráter de Cristo e são adquiridas pelo crente através do Espírito Santo.
Alguns
“vestem” a armadura ao proferir algumas orações, como algo místico de eficácia
instantânea… no entanto, não creio que essa fosse a intenção que Paulo tinha em
mente.
É certo que o apóstolo, quando advertia os
crentes a vestirem a armadura de Deus, estava pensando no revestir-se da
natureza moral de Cristo; revestir-se do próprio Cristo.
Portanto, essa é a arma que Deus nos oferece
para resistir no dia mau.
A seguir, veremos as armas de defesa que as
Escrituras nos oferecem:
2— A Verdade
O cinto, ou cinturão, era posto em torno da
cintura, usado com a finalidade de apertar a armadura em volta do corpo e
sustentar a adaga e a espada.
Esta verdade poderia, muito bem, significar a
verdade moral — o oposto da mentira — o que seria lógico, pois satanás é o pai
da mentira!
No entanto, é certo que o significado desta
verdade, exposta por Paulo, vai muito além do significado de verdade ética:
considera-se que esta verdade é a verdade de Deus, ou seja, a verdade cristã —
o conjunto das doutrinas cristãs — que é o que sustenta tudo o mais (conforme o
mesmo uso da palavra denota em Efésios 4:15).
3— A Justiça
A couraça era uma peça da armadura romana que
constituía-se em duas partes: a primeira, cobria a região do tórax, e a outra
parte cobria a região das costas. Esta peça, tinha a finalidade de proteger as
regiões vitais do corpo.
Paulo, ao usar esta peça como metáfora, para
exemplificar a justiça, tinha em mente a justificação. Em Romanos 8 ele comenta
que nada poderá condenar o crente, pois é Deus quem o justifica.
Isso quer dizer que:
1-Não
podemos confiar em nossa própria justiça, ou santidade, para vencer o inimigo,
mas confiar na justiça que vem de Deus, através do sacrifício de Jesus; por
isso, é que nada, nem anjos nem potestades, poderá nos separar do amor de Deus;
2-Quando
somos justificados, o Espírito Santo opera em nós a obra da santificação; uma
obra conjunta com o crente, no qual, este, assume, de forma gradual, o caráter
de Cristo, em particular, o caráter justo — Paulo aplica este termo, desta
forma, em Efésios 4:24 e 5:9.
4 — O Evangelho
da Paz
A
sandália romana, usada como figura pelo apóstolo Paulo, era feita de couro e
possuía vários cravos, formando uma camada espessa.
Esta peça tinha a finalidade de proteger os
pés do soldado onde quer que ele fosse.
Para
esta peça, são usadas algumas interpretações, como a que diz que Paulo está se
referindo ao evangelismo.
No entanto, é preferível a interpretação de
que Paulo se refere à paz com Deus, consigo mesmo e com o próximo, que o
Evangelho proporciona: esta paz é a tranquilidade mental e emocional — oriunda
da consciência da plena aceitação da parte de Deus — que o crente tem por onde
vai, e em toda e qualquer situação.
5— A Fé
O escudo, usado como ilustração pelo apóstolo,
era grande o bastante para proteger o corpo inteiro do soldado: era formado de
duas partes de madeira, recobertas de lona e, depois, de couro.
Aqui, o apóstolo Paulo, refere-se a fé
salvífica — de acordo com o contexto de Efésios 1:15, 2:8; 3:12 — que produz
entrega total da alma do crente a Cristo.
É a crença que Cristo, como Senhor, domina,
controla e dirige todos os aspectos da vida do crente.
Esta fé tem a eficácia de anular os dardos
inflamados o maligno.
6— Salvação
O capacete, usado por Paulo para exemplificar
a salvação, era formado de couro grosso ou metal, sendo usado para proteger o
soldado dos possíveis golpes de espada proferidos contra sua cabeça.
A salvação do crente — recebida pela graça
divina mediante a fé — é o que o livra dos ataques aterradores do diabo: é uma
proteção divina para o guerreiro que é crente.
Quando a pessoa é salva da morte e do pecado
através de Cristo, ela está escondida em Cristo e o diabo não a toca.
É
interessante notar que todas as demais peças da armadura eram vestidas pelo
guerreiro, mas o escudo era recebido: o seu escudeiro colocava nele!
Isso denota a graciosidade da salvação, que
é pela graça e, por isso, de graça!
7— A Palavra de
Deus
Poder-se-ia
pensar que a espada é uma arma de ataque — e realmente o é — no entanto, ela,
também, pode ser usada como defesa… e o contexto do texto de Efésios nos dá o
subsídio necessário para pensar que, aqui, ela é usada para defesa.
O que Paulo queria dizer usando a espada como
ilustração?
Certamente ele estava falando da atuação do
Espírito na vida do crente, de tal forma, que torna a Palavra de Deus uma força
viva na vida diária, a torna eficaz em nós e torna vigoroso o uso que fazemos
dela.
Assim como a espada é morta quando não
manuseada, assim é a Palavra sem o atuar do Espírito na vida de quem a lê: a
Palavra de Deus, respaldada pelo Espírito Santo, dá vida e é mais cortante do
que qualquer espada de dois gumes, sendo apta até mesmo para discernir as
intenções do coração (veja Hebreus 4:12).
Alguns
interpretam este texto como se dissesse para usar a declaração de versículos
contra o diabo… no entanto, o diabo não corre da mera declaração de versículos,
mas, sim, da eficácia que a operação das Escrituras, através do Espírito Santo,
obtém na vida do crente.
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