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ESTUDO-13
QUEM
É QUEM DENTRO DA IGREJA DE CRISTO?
Referência:
3 João 1-15
INTRODUÇÃO
1. Na segunda
carta João alerta sobre o perigo dos falsos mestres, aqui ele adverte sobre o
perigo dos falsos líderes. Na segunda carta, os falsos mestres apelavam para o
amor, mas negavam a verdade. Na terceira carta, o falso líder apela para a
verdade, mas nega o amor. A segunda carta coloca o aspecto negativo da
hospitalidade; a terceira carta o lado positivo da hospitalidade. Assim, as
duas cartas devem ser lidas juntas para termos uma ideia equilibrada dessa
prática.
2. Uma das
palavras chaves desta terceira carta de João é a palavra TESTEMUNHO (v. 3,6,12). Ela
significa não somente o que dizemos, mas também o que fazemos. Cada cristão é
uma testemunha, seja boa ou má.
3. Esta carta
fala sobre três homens: Gaio, Diótrefes e Demétrio (v. 1, 9, 12).
Na igreja visível há salvos e perdidos. Há crentes genuínos e crentes falsos.
Há os que amam a Deus e buscam a sua glória e aqueles que amam a si mesmos e
estão interessados apenas na sua própria glória. Há gente que trabalha com Deus
e para Deus na igreja e gente que trabalha contra Deus. Há trigo e joio. Há
ovelhas e lobos. Onde há pessoas, há problemas e também possibilidade de
resolver os problemas.
Cada
um de nós deve perguntar para si com honestidade: eu sou parte do problema ou a
uma parte da solução do problema?
4. Vejamos o
perfil desses três homens na igreja:
I. GAIO, UM
ENCORAJADOR – V. 1-8
1. Um homem
amado – v. 1-2
·
O apóstolo João o chama de “amado” três vezes (v.1,2,5). Essa não era apenas
uma maneira formal de se dirigir às pessoas. Ele era um homem especial. Era
daquele tipo de gente que atraía as pessoas pela sua bondade, pelo seu amor,
pelo seu testemunho, pela sua vida.
2. Um homem de
vida espiritual saudável – v. 2
·
Gaio não tinha riqueza nem saúde na mesma proporção que tinha uma vida
espiritual abundante. É possível ser pobre e ser rico espiritualmente. É
possível estar doente e ser rico espiritualmente.
·
Devemos orar pela prosperidade financeira e pela saúde dos crentes. Saúde
física é resultado de boa alimentação, exercício, limpeza, descanso apropriado
e vida disciplinada. Saúde espiritual é o resultado de fatores similares.
Devemos alimentar-nos com a Palavra (Jo 17:17), exercitar a piedade (1 Tm
4:6-7), guardar-nos limpos (2 Co 7:1) e evitar a contaminação do mundo (Tg
1:27). Ao mesmo tempo devemos descansar no Senhor (Mt 11:28-30).
3. Um homem de
bom testemunho – v. 3-4
·
Gaio era reconhecido como um homem que obedecia a Palavra de Deus e andava na
verdade. As pessoas que iam visitar João davam um bom testemunho do exemplo de
Gaio. Será que as pessoas que nos conhecem podem dar um bom testemunho a nosso
respeito?
·
Às vezes ficamos desconfortados quando alguém pergunta: “Fulado de tal é da sua
igreja? Ou: Eu conheço um dos seus membros muito bem.”
·
O que levou Gaio a dar um bom testemunho? A Verdade de Deus! A verdade estava
nele e o havia capacitado a andar em obediência à vontade de Deus. Gaio leu a
Palavra, meditou na Palavra, deleitou-se na Palavra e praticou a Palavra em sua
vida diária. O que é a digestão para o corpo, a meditação é para a alma. Não é
apenas suficiente ouvir e ler a Palavra. Precisamos digeri-la e fazê-la parte
da nossa vida interior.
·
Gaio andava na verdade e isso trouxe grande alegria a João (v. 4). Não havia
dicotomia entre a profissão de fé e a prática. Havia correspondência entre o
credo e a conduta, verdade e vida.
4. Um homem que
exerce um ministério prático abençoador – v. 5-8
·
Gaio era um ajudador da verdade – Ou seja, ele ajudava as pessoas a fazerem a
obra de Deus. Você faz a obra com os pés, indo; com as suas mãos contribuindo;
com os seus lábios falando e orando. Gaio abriu seu coração, seu bolso e seu
lar para acolher os pregadores da Palavra de Deus.
·
A segunda carta alerta para o perigo de exercer a hospitalidade com os falsos
mestres (v. 7-11). A terceira carta alerta para a necessidade de hospedar e
receber os pregadores fiéis da Palavra de Deus (v. 5-8). Gaio era um encorador
não apenas para os domésticos da sua comunidade, mas também com os estrangeiros
(Hb 13:2).
·
Gaio não abriu apenas seu lar, mas ele também abriu seu coração e seu bolso
para dar ajuda financeira aos seus hóspedes que pregavam a Palavra de Deus. Ele
dava suporte financeiro para que outras pessoas fizessem a obra de Deus (1 Co
16:6; Tt 3:13). Nossa fé deve ser expressa por obras (Tg 2:14-16) e nosso amor por
ajuda e não por palavras apenas (1 Jo 3:16-18).
· Qual é a
motivação para essa prática de amor de Gaio?
1) Dar suporte aos servos de Deus honra a Deus (v. 6) – Nós
nos assemelhamos a Deus quando nos sacrificamos a nós mesmos para servir aos
outros. Devemos viver do modo digno de Deus para o seu inteiro agrado. Servir
aos servos de Cristo é servir a Cristo (Mt 10:40; 25:34-40).
2) Dar suporte
aos servos de Deus é um testemunho aos perdidos (v. 7) – Jesus
ensinou claramente que os servos de Deus merecem suporte financeiro (Lc 10:7),
mas esse suporte não dever vir dos incrédulos, mas do povo de Deus . Essa foi a
atitude do pai da fé, Abraão (Gn 14:21-24). O argumento de João é que os
missionários não deveriam receber dinheiro dos pagãos.
3) Dar suporte
ou servir aos servos de Deus é obediência a Deus (v. 8a) – O
ministério da hospitalidade e do suporte à obra de Deus não é somente um
privilégio e uma oportunidade, mas uma obrigação. Paulo deixa esse ensino claro
nas Escrituras (Gl 6:6-10; 1 Co 9:7-11; 2 Co 11:8-9; 12:13). Os missionários
saíam para pregar em nome de Cristo e não tinham como se sustentar, daí a
igreja precisava acolhê-los.
4) Dar suporte
aos servos de Deus é tornar-se cooperador da verdade (v. 8b) – Gaio
não somente recebeu a verdade e andou na verdade, mas ele também tornou-se
cooperador para que a verdade chegasse a horizontes mais longínquos. Precisamos
nos tornar aliados da verdade. Gaio tinha o coração e o bolso convertidos. Sua
vida, seu lar, e seu dinheiro estavam a serviço do Reino de Deus. Nós
precisamos de crentes como Gaio na igreja: gente que tem uma vida espiritual
saudável, obediente à Palavra e que partilha o que eles têm para a proclamação
da Palavra.
II. DIÓTREFES,
UM DITADOR – V. 9-10
1. Diótrefes era
amante dos holofotes – v. 10
·
No caráter e na conduta, Diótrefes era inteiramente diferente de Gaio. Ele se
ama mais do que aos outros. Jesus não ocupava a primazia na vida de Diótrefes.
Por isso, ele não acolhida o apóstolo João. A rejeição possivelmente não era
doutrinária, mas pessoal.
·
Os motivos que governavam a conduta de Diótrefes não eram nem teológicos nem
sociais nem eclesiásticos, mas morais. Ele estava ávido de posição e poder. Ele
não tinha dado ouvidos às advertências de Jesus contra a ambição e desejo de
domínio (Mc 10:42-45; 1 Pe 5:3).
·
Diótrefes queria ser o centro das atenções. Ele olhava para João como um rival
e não como um apóstolo de Cristo. Satanás estava trabalhando na igreja através
de Diófrefes, porque ele estava operando sobre a base do orgulho e da
auto-glorificação, as duas principais armas do diabo.
·
O orgulho, a soberba é um pecado intolerável para Deus. Na igreja de Cristo
todos estamos nivelados no mesmo patamar: somos servos. Não espaço para donos,
para chefes, para buscar aplausos de homens. Diótrefes era um líder ditador.
Ele impunha sua liderança pela força e pela intimidação. Sua vontade era lei.
Ninguém podia ocupar o seu espaço. Cada pessoa que chegava na igreja era uma
ameaça à sua liderança. Por isso, ele não dava acolhida a João.
2. Diótrefes era
uma pessoa que gostava de projetar-se falando mal dos outros – v. 10a
·
As palavras más e as obras más emanam do maligno. Diótrefes mentiu sobre o
apóstolo João. Ele trazia falsas e vazias acusações contra João. Seu prazer era
atentar contra a honra daqueles que eram ameaça ao seu orgulho e à sua posição
de liderança. Ele cometia o pecado mais abominável para Deus: espalhar intriga
entre os irmãos (Pv 6:16-19). A palavra proferindo significa falar absurdo. Não
eram apenas ímpias, mas disparatadas. Ele lançava acusações maldosas e sem
base.
·
Diótrefes era como o rei Saul: em vez de se humilhar e mudar da vida, ele quer
destruir aquele que Deus levantou para fazer a obra.
·
Diótrefes fala mal de João pelas costas, quando João não estava presente para
defender-se (v. 10 a).
·
Nós precisamos ter cuidado para não dar guarida a tudo que ouvimos e lemos
sobre boados espalhados contra os servos de Deus. Eles podem estar sendo
espalhados por membros de igreja como Diótrefes.
3. Diótrefes era
uma pessoa que influenciava negativamente os outros – v. 10b
·
Ele não apenas não acolhia João, mas também não acolhia as pessoas ligadas a
João e além disso, ele impedia que os outros membros da igreja acolhessem os
enviados pelo apóstolo João. Sua influência é para o mal. Ele exerce a sua autoridade
de forma doentia, usando a arma da intimidação. Exemplo: Saul matou 85
sacerdotes em Nobe e mandou matar os homens, as mulheres e as crianças
simplesmente porque eles receberam Davi na cidade.
·
Diótrefes era um líder controlador, manipulador, ditador. Ele quer controlar a
vida das pessoas e impor a elas sua vontade autoritária.
·
A mesma Bíblia que nos exorta a não ter comunhão com descrentes (2 Co 6:14-16),
com hereges (Rm 16:16-19), nos ensina a acolher uns aos outros (3 Jo 8).
4. Diótrefes
exercia a sua autoridade para punir aqueles que discordavam com ele – v. 10c
·
“… e os expulsa da igreja”. Diótrefes não tinha nem autoridade nem base bíblica
para expulsar as pessoas da igreja. A disciplina que ele praticava era abusiva.
As pessoas eram disciplinadas não porque haviam desobecido a Palavra de Deus,
mas porque haviam desobedecido uma ordem autoritária dele.
·
A disciplina bíblica não é uma arma nas mãos de um ditador para proteger-se a
si mesmo. A disciplina é uma ferramenta para uma congregação usar para promover
a pureza e glorificar a Deus. A igreja não é uma delegacia. Ela não trata as
pessoas com chibata. A disciplina deve ser exercida com amor.
·
Os ditadores na igreja são perigosos. Eles julgam e condenam todos aqueles que
discordam deles. Eles lutam não pela glória de Deus, mas pela projeção dos seus
próprios nomes.
·
Concluíndo, Diótrefes difamou a João, tratou com pouco caso os missionários e
excomungou os crentes leais porque seu amor era a si próprio e ele queria ter a
preeminência.
III. DEMÉTRIO,
UM EXEMPLO – V. 11-15
1. Demétrio, um
homem digno de ser imitado – v. 11
·
Praticar o bem é dar prova de nascimento divino; praticar o mal é provar que a
gente nunca viu a Deus. João questiona assim, a autenticidade da vida de Diótrefes.
·
Quando um líder anda com Deus e vive de forma irrepreensível ele é digno de ser
imitado (Fp 3:17; 1 Co 11:1). Ele tornou-se modelo, padrão, referencial. As
pessoas estão olhando para nós. Eles estão nos copiando. Que tipo de crente
estamos sendo? Estamos influenciando para o bem ou para o mal?
2. Demétrio, um
homem que tem bom testemunho dentro e fora da igreja – v. 12
·
Todos os membros da igreja conheciam Demétrio, amavam Demétrio e agradeciam a
Deus pela sua consistente vida e ministério. Sua vida era exemplo para os
membros da igreja. Os de fora da igreja também lhe davam bom testemunho. Sua
vida era coerente. Sua família familiar, financeira, profissional era coerente
com o seu testemunho.
3. Demétrio, um
homem que tem bom testemunho da própria verdade – v. 12
·
Como Gaio ele andou na verdade e obedeceu a verdade. A genuinidade cristã de
Demétrio não precisava da prova dos homens; provava-se por si mesma. A verdade
que ele professa estava encarnada nele. Isso não significa que era perfeito,
mas significa que foram consistentes, buscando em tudo glorificar a Deus.
4. Demétrio, um
homem que recebe bom testemunho também do apóstolo João – v. 12
·
João encontra na igreja Gaio e Demétrio que estão prontos a acolhê-lo a
despeito da oposição de Diótrefes. Era um homem que estava disposto a correr
riscos para defender a verdade. Ele tinha coragem de assumir posições definidas
na igreja.
Rev. Hernandes Dias Lopes
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